quarta-feira, junho 07, 2006

ENTERRADO E SUPLANTADO


Em covas vivas


Escuro e mãos frias
Lua quase cheia e pés quentes
O que me consome agora é estranho

Entranha no que penso

Revolta o que sinto

Faz-me mais humano
Posto que me põe a ferver em reflexões
Que me atordoa e me aperta de sentir

Faz-me parecer mais inútil
Posto que a distância dilata minha impotência
Que a saudade me paralisa num lembrar

Se sou mais Homem
Se estou menos funcional
Hei de não deixar de esperar
Uma vez ou duas ou mais

Uma vez que a falta de expectativa
Enterra minha ativa vida
Numa cova passiva de morrer
Antes do enterro deste vivo ser.


Às 5h, em setembro,
CilvaH.

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