sábado, setembro 16, 2006

ALGUNS VALORES

Pra ti, que não deve esconder estes olhos de girassol. Protegê-los é util e suficiente. Então, cuidado pra não errar no tom das lentes.



Onde valha alguma coisa

Não preciso mostrar teu valor
Tampouco algo meu
Não são nossos contornos,
Algum peso a essa altura,
Ou a beleza que deslumbrou
E rompeu qualquer prazo de validade
Válido pra o que se vê com olhos somente
Aliás, tua matéria se perpetua só;
Nas texturas das tuas cores
Dos teus aromas mais íntimos

Nem preciso trazer isto à cá.


E que é preciso?
Frases e fases se dissipam
Não quero o tudo que já tive


Não me assusta com tanta vaidade
Quem precisa?
Há muito sou teu
Quero te reconquistar sempre
Com meu corpo nu
Com minhas mãos limpas
Ouvidos e olhos abertos
Quero te reconquistar sempre do jeito que cheguei
Com pêlos e sem apelos
Só rogo por tua atenção

Disposição sempre
Porque não há contentamento no mais simples
Porque amar não é viver ou dividir tudo
Porque amar já deixou de ser tudo

Não exijo muito
Não quero muito além de ti
É bom um toque macio
Um cheiro cheiroso
Panos que chamem atenção
De todos

Nego o ego
Vasculho,
Tanto entulho assim
Te esconde demais
A vaidade é uma coberta
Que protege essências
Do calor
Do temor de que elas possam sublimar
A vaidade não sabe,
Mas essências não são térmicas
São sensíveis somente ao bem
O nosso próprio bem

Que mais precisamos então?

Empréstimos sim
Nosso mútuo mundo
Fechado por uns dias
Os primeiros
Sem terceiros
Onde qualquer sapato aperte
Onde o sal nos abençoe
Alguns dias pra esquecer que a vida passa
E lembrar que a gente sempre existe
E resiste.

CilvaH

Nenhum comentário: