sexta-feira, setembro 01, 2006

SEGUE SECO


SUSPEITOS


Trapos e cheiro de coisa velha
Eu sou uma dúvida, uma suspeita
O medo me desanima
Certas prosas ainda incomodam meu humor
Eu não sei onde há um bom lugar
O certo lugar pra investir e me investir
Me vestir de paz

Quero colo (nada disso aqui)
Água para que eu pise na areia
Brisa para que eu repouse numa rede
Luz que inunde minha retina
Antes que eu chore diante de tua beleza
E da incerteza de te ter sempre e para sempre
Como somos para ti, como devemos ser

Não há mordaça que não incomode
(Por que eles nos fazem evitá-los?)
Não quero preterir, não quando prefiro
Quem fere sou eu, eu saio ferido
Entro nesta ciranda, fria roda morta
Gira sem esforço, gira de preguiça
Ninguém me faz d’outro jeito
No fim de tudo, faço do meu jeito
Faço da minha escolha, pelo que respondo
Jeito estéril de escolher e responder à vida

As flores já não trazem mais aquela desfaçatez
Perco o afã agora por não ter peito, dedos nem bedelho de descobrir este medo.

Por CilvaH, em São Paulo, 26 de agosto, começo de madrugada, de 2006

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