sexta-feira, setembro 01, 2006

VELAS PELO QUARTO DE NOITE


As velas trazem o que há de mais primitivo
O mundo, a soberba, o quase caos harmonioso lá fora
Porém cá, somente velas

Nada é comum ou imperceptível

Sinto saudades
Lembro boas lembranças
As velas trazem cheiro de mato, cheiro de sal
Ervas e o som de ondas a exautar o céu cravejado

As velas me rodeiam de madeira

Prosas simples e tacanhas
Entre olhares que se enxergam através da luz que vibra
Um som de chuva ou grilos ou nada
(somente a umidade no açaizal)

Estive com ela, com velas
Nem lembro ao certo
Certo é que não divido com ele
O breu desta vez

Mais afiado
Menos lúdico
Nada brejeiro
Quase desesperador
Todo destoante
Diante do mercúrio e do ruído dos motores

Sem lirismo ou intenção, velas só pra iluminar
Velas, enquanto durem, para eu enxergar
Pois perdi o ânimo...o êxito... e a luz própria.

CilvaH

Nenhum comentário: