domingo, maio 28, 2006

DESCONVERSANDO...

Desencontro
(ao Júlio)


Melhor um corte verdadeiro,
Melhor qualquer crítica mal elaborada, mas verdadeira,
Melhor toda a inevitável impaciência verdadeira,
Melhor aquela reação impulsiva, desastrosa e verdadeira.

Quero a desatenção
Quero a ignorância
Prefiro a má educação
Prefiro a vã grosseria.

Não que eu não aceite desculpas
Não que eu pense elas não serem devidas
São tão devidas quanto inócuas.

Desculpas por mais sinceras
Por melhor pedidas, suplicadas, imploradas...
Não são tréplicas melhores do que atos primários de verdade
Primitivos, eles são nós.

Aos que me cercam e me querem bem
Ofereço afeto, minha amizade, na condição de serem sempre os mesmos,
Gente de palavras e ações verdadeiras
E assim os tenho, exatamente por serem do jeito que são.

Quanto às desculpas
Ainda que leais, elas são a tentativa de ser mais o outro do que si próprio
( e que aporrinhador deve ser não gostar de ser do jeito que se é)
E eu não preciso de mais de mim, preciso de vocês mesmos.

CilvaH

Um comentário:

Anônimo disse...

Sobre "Desencontro" e tudo que contém e está contido nessa tua nova empreitada: Como sempre muito válidos e quase sempre impulsivos os teus conceitos. Mas teu lirísmo melhorou e muito com a prática desse vôo solo, mas não sozinho... É isso! Um comentário de quem não consegue ficar sem comentar nada, mesmo que nem tenha know-how para o tal...Rs!