segunda-feira, maio 22, 2006

PARA UM AMIGO DE BELÉM

OS OUTROS E OS MESMOS
(Para Pill)

Andamos pelas madrugadas
Bebendo, rindo, divagando...
Se entendendo e discordando
Às vezes apenas arrastando os pés, as cadeiras.

Nos postes, luzes apagadas, referências vazias
Um olhar, com ou sem ou só riso
Já houve lágrimas, houve conselhos, saudades...
Somos nossas escolhas.

Ares de desbravo, toques de frágil vanguarda
Desejos e anseios de gerações chocadas
Modelos de construção, de pensamento, de saber e de viver,
Somos os outros.

Lembra quando os dias tardavam, quando se desconhecia Deus(es)
Cosmos, pedras, bactérias, fungos e poeira de asfalto molhado...
Improbabilidades, como os falsos hippies competitivose, céticos religiosos
Ainda somos os mesmos.

Um dia perto, um dia de vitória, outros milhares
Algumas horas de desabafo, quando cá incineram os ressentimentos
A hora do parto, a hora da unção, das doenças e das glórias,
Somos amigos.

Voando sobre a história desses homens
Vê-se pouco quando se tem miopia
Move-se torto quem é sinistro
Às vezes ouvimos sugestões, às vezes músicas, outras vezes poesia.

CilvaH.

Nenhum comentário: